sábado, 23 de outubro de 2010

quarta-feira, 21 de julho de 2010

sábado, 17 de julho de 2010




"No passado, eu também atravessei mares, para só depois, quando muito velho e carcomido, encontrar o que estava diante dos meus olhos: a minha necessidade de ser livre. A certeza de que os homens que voam são aqueles que sonham, porque são livres".

domingo, 6 de junho de 2010

ESCREVA


Escreva para registrar

Escreva para expressar

Escreva para descobrir

Escreva para inventar

Escreva para sentir

Escreva para lembrar

Escreva para esquecer

Escreva para amar

Escreva para deixar

Que as palavras

Cuidem dos teus sonhos
Foto ilustrativa: Cena do filme Barthon Fink (1991). Directed de Joel Coen. Elenco: John Turturro, John Goodman, Judy Davis.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

SNEVUN OÃS...


Nuvens são seres vivos. Elas têm começo, meio e fim. Elas se movimentam e se transformam. Interagem com o espaço. Copulam com as aves. Digladiam-se com o sol e a lua. Inebriam poetas. Das letras e das músicas. À distância são opulentas. Algumas, até, temerárias. Perto, são ingênuas, delicadas quase inexistem. Nuvens é a humanidade do céu. Sim. Eu vejo rostos nas nuvens. Vejo monstros. E embarcações. Vidas abstratas. Eu as observo horas a fio. Quis outro dia perguntar para uma delas: de onde vinha e para onde ia, e não soube ela me responder. Acho que sequer me ouviu. Eu sempre acreditei que a vida na Terra fosse uma viagem de trem. Até que um belo dia muito triste em minha vida eu, sentado à calçada, em frente de casa, enquanto me lembrava do esquife de minha mãe baixar à sepultura levantei a cabeça tentando encontrar Deus e só encontrei as nuvens. Que, embora, gentis e cheias de vida, não ofuscavam o brilho sufocante do sol. Dia desses me veio à lembrança um final de tarde quando, acompanhado de uma mulher, eu observava da amurada de um castelo o crepúsculo... Passado. Não em minha vida. Porque o passado em minha vida é presente. Passado é o que não se lembra, embora se saiba ter existido. É uma das razões pelas quais eu admiro as nuvens. Elas sempre passam e sempre estão presentes. Nuvens se cruzam. Nuvens se juntam. Enquanto eu puder enxergar alguma coisa estarei com elas à distância que a vida me permite. Nuvens é o passe de mágica do céu. Mudam a cada piscar de olhos. Vou além da magia. Não preciso de um tempo para voar. Mas apenas observar as nuvens. E estou por toda parte, das mais diversas formas. Livre. Sempre. Como as nuvens.
Trecho do romance “Bem-Vindo ao Clube” de J. Costa Jr. em fase de redação.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

TRANSMISSÃO


Esqueça que você é um merda
O quanto você é ruim
E todos os seus defeitos
Esqueça a máscara
Dentro da gaveta
Faça que ela se perca
Dentro do bueiro
Da rua esburacada
Do bairro maldito
Em que você mora
Exponha sua maldade
Com toda intensidade
E da melhor maneira
A mais interessante
E inteligente
Que um pedaço de papel
E um lápis
Possa conceber
Esqueça a poesia
De uma existência pretendida
E faça um poema
Com tuas lágrimas e
Tuas dores
Faça do seu medo
Um conto de Poe
E da sua revolta
Um verso
De Maiakovski
A arte existe
Pra dobrar espíritos rebeldes
Que conhecem a realidade
E por isso a repudiam
Não há vida impune
Sentimento sem dor
Razão sem medo
Porque de duas uma:
Ou se é demônio com a arte
E se destrói a si mesmo
Para que outros façam
Da sua carne alimento
E do seu espírito resposta
Para o que não podem crer e
Suportar
Ou se é anjo
Que crê conhecer
Aquém do portão
Que leva ao caminho
De sombra e de luz
Que não tem retorno
Porque o destino
Não conhece o ontem.
E cada escolha
Será o prêmio
De consolação

domingo, 7 de fevereiro de 2010

LÉGUAS


Eu me arrependo de tudo isso
De cada palavra escrita
Cada pensamento buscado
Cada mágoa sentida
Cada dor vista e encontrada
No caminho de outro
E dentro de mim
Renego tudo o que fiz
E escrevi
Passaria mil anos
Açoitando-me
Se este castigo
Livrasse-me desse peso
De arrependimento
E tristeza
Porque nunca fui feliz
Empunhando um lápis
E escrevendo

Eu me arrependo
E me culpo
Se esta vida escolhi
E ficaria feliz
Ao menos por um instante
Se soubesse que
Que outro caminho existe
O qual eu pudesse seguir
Porque toda essa minha dor
Faz-me perder os sentidos
E me arrasta por uma estrada
Deserta, de chão batido, esburacada
Que esfola meu corpo
E me liberta

Eu queria ser feliz
Como já fui
Longe destas pessoas que ignoro
E deste chão que repudio
Lisboa, Paris, Florença, Atenas
Cairo, Havana, Pamplona
Qualquer lugar
Menos este

Arrependo-me
Por ter acreditado em poesia
E nas ilusões que um coração
Pode trazer em forma de sentimentos
Deixo lápis e papel sobre a mesa
Atravesso a rua
Além-mar
É para onde vou
Viver com as ondas
Dormir com os pássaros
Até que o vento
Leve-me
Longe
E para sempre
Leia comentários e opiniões sobre este poema no site www.autores.com.br, através do link a seguir:

LÉGUAS
Seg, 08 de Fevereiro de 2010

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domingo, 24 de janeiro de 2010

CINCO LETRAS


Há um vazio que se expande

E ele está dentro de mim

E tem forma, cheiro e cor

Quadrado, quando me vejo

Entre quatro paredes

Sufocado pela certeza do nunca

Fétido, porque a realidade

Pousou sobre a esperança. amassou-a

E a esperança, uma flor, destilou sangue

Pisado

Cinza, porque olho para o céu

E cinza é o que encontro

E me sinto confortado

Porque o cinza não é apenas privilégio meu

Há um vazio que se expande

Porque é feito de nada

E nada é como eu me sinto

Deixo de ser quatro letras

Deixo de ser alguma coisa

Deixo de ser nada

Agora sei de vez por todas

Que neste vazio me perco

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

LÁPIS JÁ NÃO ESCREVE POESIA

Se eu estivesse junto de você

Eu resistiria

Subiria a montanha

Atravessaria o oceano

A floresta

O céu

Só, longe,

Sou como o profeta

Que atravessa o deserto

Trazendo nos olhos

Única certeza

E nas costas

O peso da verdade

A platéia imagina

Que o autor

Dificulte as coisas

Para que haja história

Mas não sabe que a história

Não pertence ao autor

Ela é apenas uma oportunidade

D’ele entender a vida

Em comunhão

Com o seu semelhante

O autor conhece o destino

E nada pode fazer

Para mudá-lo

Você entende?

Quando eu lhe digo essas coisas?

domingo, 3 de janeiro de 2010

UMA HISTÓRIA DE AMOR


Sol e lua ocupam o mesmo espaço, mas jamais se encontram. Um dia o sol quis saber o motivo. Perguntou à lua: Por que tão longe e ao mesmo tempo tão perto de mim? A lua, derramando lágrimas respondeu: Por que é desse modo que o mundo precisa de nós. E assim que podemos servir ao mundo.

Mas eu te amo, disse o sol. Eu também, a lua respondeu. E talvez isso baste, disse ainda. O sol, então, adormeceu, porque já eram seis horas do lado de cá do mundo.

A lua, mãe amorosa despertou para mais uma noite, quando, mais uma vez, veria calada todas as dores do mundo que, à noite, adquirem maior dimensão e intensidade. E se pôs a orar unindo-se em pensamento ao seu amado sol. Porque sabia que mesmo do lado de lá ele tinha os olhos voltados para ela.

OUT LOVE NIGHT

Acontece com o homem, quando nada preenche o vazio do seu coração. Nem mesmo a noite que tudo permite e oferece.