sexta-feira, 18 de julho de 2008

LIFE

Naquela rua, o asfalto molhado
Naquela noite, o brilho do teu olhar
E nele uma verdade
Trôpego, você caminhou
Para junto de mim
Sem afastar os olhos dos meus
E a chuva escorrendo por teu rosto
Misturando-se com lágrimas perdidas no chão
Mas ainda assim você caminhou
Acreditando que eu pudesse de novo
Aprisionar a vida dentro de você
Mas ela escapou de minhas mãos
Se foi, abandonando-me simplesmente
E você, olhando nos meus olhos como sempre
Esperando que eu lhe dissesse
Desejando que eu lhe pedisse
Continuou caminhando
Sem tirar os olhos de mim
Trôpego, leve como pluma, pisado como borboleta
Foi se perdendo, caindo ao chão
Implorando que meus braços o acolhessem
No seu último instante você quis
Acreditar que eu podia ser a vida que lhe deixava
Acreditar que junto de mim
Finalmente você pudesse
Abandonar o Inferno
E saltar sem medo
Como um pássaro no seu primeiro vôo
Saltar
Para os braços do amor

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