sábado, 23 de outubro de 2010
quarta-feira, 21 de julho de 2010
domingo, 6 de junho de 2010
ESCREVA
quinta-feira, 15 de abril de 2010
SNEVUN OÃS...
Trecho do romance “Bem-Vindo ao Clube” de J. Costa Jr. em fase de redação.
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
TRANSMISSÃO
Esqueça que você é um merda
O quanto você é ruim
E todos os seus defeitos
Esqueça a máscara
Dentro da gaveta
Faça que ela se perca
Dentro do bueiro
Da rua esburacada
Do bairro maldito
Em que você mora
Exponha sua maldade
Com toda intensidade
E da melhor maneira
A mais interessante
E inteligente
Que um pedaço de papel
E um lápis
Possa conceber
Esqueça a poesia
De uma existência pretendida
E faça um poema
Com tuas lágrimas e
Tuas dores
Faça do seu medo
Um conto de Poe
E da sua revolta
Um verso
De Maiakovski
A arte existe
Pra dobrar espíritos rebeldes
Que conhecem a realidade
E por isso a repudiam
Não há vida impune
Sentimento sem dor
Razão sem medo
Porque de duas uma:
Ou se é demônio com a arte
E se destrói a si mesmo
Para que outros façam
Da sua carne alimento
E do seu espírito resposta
Para o que não podem crer e
Suportar
Ou se é anjo
Que crê conhecer
Aquém do portão
Que leva ao caminho
De sombra e de luz
Que não tem retorno
Porque o destino
Não conhece o ontem.
E cada escolha
Será o prêmio
De consolação
domingo, 7 de fevereiro de 2010
LÉGUAS
De cada palavra escrita
Cada pensamento buscado
Cada mágoa sentida
Cada dor vista e encontrada
No caminho de outro
E dentro de mim
Renego tudo o que fiz
E escrevi
Passaria mil anos
Açoitando-me
Se este castigo
Livrasse-me desse peso
De arrependimento
E tristeza
Porque nunca fui feliz
Empunhando um lápis
E escrevendo
Eu me arrependo
E me culpo
Se esta vida escolhi
E ficaria feliz
Ao menos por um instante
Se soubesse que
Que outro caminho existe
O qual eu pudesse seguir
Porque toda essa minha dor
Faz-me perder os sentidos
E me arrasta por uma estrada
Deserta, de chão batido, esburacada
Que esfola meu corpo
E me liberta
Eu queria ser feliz
Como já fui
Longe destas pessoas que ignoro
E deste chão que repudio
Lisboa, Paris, Florença, Atenas
Cairo, Havana, Pamplona
Qualquer lugar
Menos este
Arrependo-me
Por ter acreditado em poesia
E nas ilusões que um coração
Pode trazer em forma de sentimentos
Deixo lápis e papel sobre a mesa
Atravesso a rua
Além-mar
É para onde vou
Viver com as ondas
Dormir com os pássaros
Até que o vento
Leve-me
Longe
E para sempre
domingo, 24 de janeiro de 2010
CINCO LETRAS
quinta-feira, 14 de janeiro de 2010
LÁPIS JÁ NÃO ESCREVE POESIA
Se eu estivesse junto de você
Eu resistiria
Subiria a montanha
Atravessaria o oceano
A floresta
O céu
Só, longe,
Sou como o profeta
Que atravessa o deserto
Trazendo nos olhos
Única certeza
E nas costas
O peso da verdade
A platéia imagina
Que o autor
Dificulte as coisas
Para que haja história
Mas não sabe que a história
Não pertence ao autor
Ela é apenas uma oportunidade
D’ele entender a vida
Em comunhão
Com o seu semelhante
O autor conhece o destino
E nada pode fazer
Para mudá-lo
Você entende?
Quando eu lhe digo essas coisas?
domingo, 3 de janeiro de 2010
UMA HISTÓRIA DE AMOR
Sol e lua ocupam o mesmo espaço, mas jamais se encontram. Um dia o sol quis saber o motivo. Perguntou à lua: Por que tão longe e ao mesmo tempo tão perto de mim? A lua, derramando lágrimas respondeu: Por que é desse modo que o mundo precisa de nós. E assim que podemos servir ao mundo.
Mas eu te amo, disse o sol. Eu também, a lua respondeu. E talvez isso baste, disse ainda. O sol, então, adormeceu, porque já eram seis horas do lado de cá do mundo.
A lua, mãe amorosa despertou para mais uma noite, quando, mais uma vez, veria calada todas as dores do mundo que, à noite, adquirem maior dimensão e intensidade. E se pôs a orar unindo-se em pensamento ao seu amado sol. Porque sabia que mesmo do lado de lá ele tinha os olhos voltados para ela.